domingo, 6 de abril de 2008

CEM ANOS DA ABI - V. FREITAS


ASSUNTOS VARIADOS

AUTORA VIVIANE FREITAS


100 anos da abi

fenaj


Jornalistas - pelo direito à dignidade humana

Hoje, 7 de Abril, Dia do Jornalista, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Ceará e a Federação Nacional dos Jornalistas abraçam todos os colegas que exercem a profissão com ética e dignidade. Este ano, o dia é de dupla comemoração em virtude do centenário da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), fundada pelo catarinense Gustavo de Lacerda, em 7 de abril de 1908. A data marca a luta histórica dos jornalistas brasileiros pela liberdade de expressão, pela valorização e pelo reconhecimento de uma profissão que, como diria o eterno presidente da ABI, Barbosa Lima Sobrinho, tem como principal compromisso levar à população a conscientização política e social.

Salários dignos, condições de trabalho, qualificação permanente, respeito profissional e, sobretudo, regras claras que balizem a relação da imprensa com a sociedade são imprescindíveis à responsabilidade social do jornalista. Por isso, a Fenaj e os 31 Sindicatos de Jornalistas do Brasil defendem de forma veemente a aprovação de uma nova Lei de Imprensa, a realização da Conferência Nacional de Comunicação, a criação do Conselho Federal dos Jornalistas e a obrigatoriedade do diploma de curso superior de Jornalismo como requisito fundamental para o exercício ético da profissão.

No Ceará, 2008 promete ser um marco na luta da categoria. Em assembléia histórica, os jornalistas aprovaram a contraproposta do Sindicato das Emissoras de Rádio e Televisão para celebrar uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) destinada especificamente aos profissionais de mídia eletrônica. Há seis anos, os jornalistas são regidos ilegalmente pela CCT dos radialistas por imposição das empresas que obrigaram seus empregados a obter registro profissional de radialista em retaliação à ação incisiva do Sindjorce no combate ao exercício ilegal da profissão nestas emissoras.

Apesar da vitória, a CCT específica para jornalistas de rádios e televisões permanece no campo das promessas, uma vez que o sindicato patronal ainda não assinou o documento. No setor de jornais e revistas, a situação não é diferente. Em campanha salarial há sete meses, grande parte dos profissionais de impresso ainda não recebeu reajuste salarial retroativo à data-base de setembro de 2007.

A dura realidade dos profissionais de imprensa do Ceará, contudo, não tira da categoria o espírito de celebração neste 7 de abril, porque ser jornalista é não aceitar a injustiça e a opressão. É denunciar o arbítrio e o desrespeito aos direitos dos trabalhadores. É se opor à censura velada ainda existente nas redações, e combater diariamente a autocensura, o pior tipo de mordaça que engessa os jornalistas e cala a voz daqueles que têm por dever de ofício levar a verdade à sociedade.


Celebramos hoje porque acreditamos que ser jornalista é ser ético, é crer num mundo melhor, mais humano e menos desigual. É ter peito para colocar o dedo nas feridas dos poderosos e coragem para tomar partido pelos mais fracos. É acordar toda manhã com o compromisso de fazer a melhor reportagem do dia e, à noite, colocar a cabeça no travesseiro e poder dormir de consciência tranqüila, com a nítida sensação de ter combatido o bom combate e de ter feito a sua parte pelo engrandecimento da profissão e pelo respeito à dignidade humana.

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FONTES> Federação Nacional dos Jornalistas - FENAJ &
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Ceará
- SINDJORCE

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Então, meus caros, o que acharam? É possível crer que, desse artigo, podemos extrair assuntos para um série de discussões, desde a obrigatoriedade do diploma de curso superior para o exercício da profissão até uma reflexão a respeito da profissão Jornalismo, esta que tanto almejamos. Não podemos deixar de lembrar que a nossa turma ingressou na faculdade num ano de muitas comemorações importantes, como o centenário da Associação Brasileira de Imprensa e o bicentenário da imprensa no Brasil. Coincidência ou não, convoco todos aqui, mentes pensantes da turma 2008.1 do curso de Jornalismo da UNIFOR, a discutir, seja no blog, seja em seu próprio silêncio, não só sobre a importância dessas datas, mas também sobre os futuros profissionais que queremos ser.

Enfim, publiquei na véspera do dia 7 para que possamos aproveitar o domingo e começar a reflexão, caso você ainda não a tenha feito. Que esta possa prosseguir e não termine quando nós recebermos o canudo de concludentes, e sim prossiga diariamente, no exercício da profissão.