quinta-feira, 22 de maio de 2008

SERÁ ISSO VERDADE? - L. PINHEIRO


CULTURA & ARTE

AUTOR LUCAS PINHEIRO


Já há algum tempo, documentários voltaram a fazer parte da cena de grandes filmes nos cinemas do Brasil e do mundo, mas algo de diferente tem acontecido nos últimos anos. Com a popularização do acesso à Internet, os documentários online têm atingido muito mais espectadores do que nas salas de cinema.

Grande exemplo é o documentário Zeitgeist, o Filme. Esse documentário independente é simplesmente fabuloso, inteligente e muito bem fundamentado. A primeira parte do filme é intrigante; baseia-se em História e Astronomia, na tentativa de mostrar que o nosso Jesus Cristo teria sido uma invenção da mídia romana para acalentar as massas. Daí o nome do filme ser Zeitgeist, que é uma expressão alemã que significa "espírito da época". Essa parte do filme tira você do sério, falando que, por exemplo, desde 10.000 a.C., entidades solares têm sido veneradas em diferentes culturas.

Exemplo maior é o do deus egípcio Hórus, de 3.000 a.C., que é um "Messias do Sol", que luta com Set, deus da lua. Hórus nasceu em 25 de dezembro (mero acaso? Acho que não!) e é filho da virgem Isis. Quando nasceu, três reis seguiram, como é dito no filme, "as pegadas de sua aurora". Como Jesus, começou a pregar aos 12 anos e foi apresentado aos deuses (batizado) aos 30. Tifão (assim como Judas) o traiu. Hórus foi crucificado e ressuscitou depois de 3 dias!

Casos de Messias como Jesus se repetiram na Frigia, com Attis, filho da virgem Nana, na Índia, com Krishna, em 900 a.C., filho da virgem Devaki, e com Dionísio, na Grécia, em 500 a.C. O igual também ocorreu com Mittra, na Pérsia, em 1.200 a.C. Esses salvadores ficaram conhecidos na história como avatares. Isso eleva um questionamento a todo o mundo ocidental cristão, de que será que, durante todos estes séculos, vivemos mais um fenômeno de réplica de crenças, no qual acreditamos no que nos foi imposto acreditar e, como a fórmula já funcionou antes em todos estes povos, também funcionaria para nós?

Já a segunda parte do filme deixa um pouco a desejar. Tenta incessantemente nos convencer de que os Estados Unidos sabiam dos ataques terroristas de 11 de setembro, trazendo depoimentos bastante convincentes de que a defesa aérea dos EUA teria sido enganada oficialmente no dia dos ataques para que não pudesse combater com eficácia os terroristas. A terceira parte fala da economia americana e os problemas que ela ira enfrentar com o Federal Reserve (Fed), órgão do governo responsável pela distribuição e controle do capital americano.


zeitgeist


Por mais que você possa ver em Zeitgeist uma teoria conspiratória a mais, terá que tirar o chapéu para a obra, porque esta é, no mínimo, brilhante!

Quer ver um trecho?


A JUVENTUDE E O PERIGO - L. PINHEIRO


CIÊNCIA & SAÚDE

AUTOR LUCAS PINHEIRO


Os jovens sempre tendem a fazer todo tipo de coisa perigosa que se possa imaginar; uns dizem que é uma fase da vida, a rebeldia e o prazer de fazer tudo para desobedecer aos pais, mas à luz da ciência, tudo se explica. De acordo com pesquisas recentes, foi mostrado que o cérebro apresenta diferentes estágios de desenvolvimento, desde quando se é criança até a fase adulta. O desenvolvimento em etapas do cérebro começa pelas áreas posteriores e termina nas anteriores (de trás para frente). As regiões responsáveis pelo planejamento, raciocínio e controle de impulsos são as últimas a amadurecer. Assim, os adolescentes demonstram uma tendência bem maior à impulsividade e à prática de atos de risco, sejam relacionadas ao uso de drogas ou simplesmente à prática de esportes em favor de um prazer momentâneo por meio da adrenalina adquirida com a "aventura".


UMA VERDADE INCOVENIENTE

+ O adolescente tem 5 vezes mais chance de morrer em acidentes de carros do que adultos;
+ 22% dos estudantes do Brasil já fizeram uso de pelo menos um tipo de droga psicotrópica alguma vez na vida;
+ Os casos de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), no Brasil, são mais comuns em jovens de 10 a 22 anos pelo não-uso do preservativo.

O QUE É SER JORNALISTA? - C. SALES


ASSUNTOS VARIADOS

AUTORA CAMILA SALES


Refletir sobre a iniciação à prática profissional impõe que se comece pelas expectativas. É ao confrontá-las com a realidade que nascem as frustações, estupefações e os deslumbramentos. O jornalista observa, através de suas lentes culturais e sociais, a idéia que um jornalista faz do exercício da profissão, o modo como a analisa. Os caminhos que entende que ela deve seguir constituem também olhares fortemente influenciados pelo local de trabalho.

Um órgão de comunicação poder ter seus códigos próprios, uma cultura jornalística específica interiorizada por toda a redação, mas a forma como cada jornalista se vê no interior dessa cadeia varia de acordo com "o terreno que pisa".

A rotina das convenções podem dominar a produção diária de um jornal, porém escrever não deixa de ser um ato de cultura e imaginação. Fazer notícias e reportagens pode ser entendido como contar "estórias", próximas das formas narrativas e discursivas de ficção. A notícia exige imaginação e riqueza linguística, além da exigência também de um forte domínio das convenções narrativas. Mas, verdadeiramente, não é bem assim; as notícias têm o mundo real como referência; narram, discursam histórias da própria sociedade.

Um jornalista, na prática, é meramente reduzido a uma porção de papéis e informações, aptos a serem reorganizados por ele, sentado em frente a um computador. As páginas de um jornal são um espaço exíguo onde cada notícia tem de disputar um lugar que ganhará por mérito próprio ou por demérito de outras.

Como qualquer profissão, Jornalismo também enfrenta lutas por melhores condições de trabalho. O jornalista é bem mais efetivamente valorizado no Sudeste, onde os salários apresentam uma efetiva diferença dos profissionais das outras regiões.

O Jornalismo é uma profissão que tem por natureza o intuito de reivindicar os direitos dos cidadãos, é uma atividade social, porém não defende seus próprios direitos. Não é à toa que é considerada uma subprofissão.

O piso salarial na capital paulista é de R$ 964 (jornada de cinco horas) e R$ 1.542,40 (jornada de sete horas). No Rio de Janeiro, a média salarial é de R$ 813,65 (jornada de cinco horas) e R$ 1.302,29 (jornada de sete horas). Esse é o salário do redator na Capital. Imagine, então, outras mídias, principalmente o rádio, primo pobre da profissão. Para mesclar a baixa remuneração, existem alguns benefícios escritos nas cláusulas dos sindicatos: transporte gratuito (para exercer a função), vale-refeição ou cesta básica (esta com desconto de 20% do empregado), auxílio-creche de R$ 135 por filho de até seis anos de idade, auxílio-viagem (se for a trabalho) e seguro de vida no valor mínimo de R$ 15 mil.

O Estado do Piauí tem a fama dos menores salários do setor. E não é apenas fama. A presidente do Sindicato dos Jornalistas do Piauí, Teresinha de Souza Val, disse que o piso da região é de R$ 730. Ela ainda ressaltou que a média salarial do jornalista no Brasil é de dois mil reais e apenas 10% ganham mais que cinco pisos salariais. E é por essas e outras que se diz que o jornalista tem que amar a profissão.

A culpa é dos próprios profissionais da área. Se os jornalistas tivessem mobilização e não ficassem com medo de perder o emprego, hoje já estariam com uma faixa salarial bem melhor. Para sobreviver, o jornalista acaba caindo no duplo, e até no triplo emprego. Mas isso não se restringe apenas ao Brasil; diversos países de primeiro mundo enfrentam os mesmos problemas na área de Jornalismo. Um jornalista francês, por exemplo, ganha 18.700 francos mensais (cerca de 2.600 dólares).

É preciso haver uma distribuição coerente e justa entre as diversas mídias e as regiões do país. Não é justo um radialista do Piauí ganhar um salário mínimo ao mesmo tempo em que uma pequena parcela ganha mais de cem mil reais. Mesmo que sejam proibidos de escancarar a difícil situação que os aflige, os jornalistas devem reivindicar seus direitos. Ele é um cidadão e merece viver como tal.

Todos esses dados apresentados não servem e nem devem servir para desestimular os futuros profissionais, mas como uma espécie de alerta para os problemas em que serão inseridos, e depertar em todos uma enorme vontade de revolucionar, de transformar essa realidade. Que o amor pela atuação do jornalismo seja demonstrado pela satisfação e força de luta para a prática do bom exercício da profissão.


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FONTE> Sindicato dos Jornalistas do Ceará