ESPORTE Em Manchester, Zenit, clube de torcedores racistas, enfrentará o Rangers, que mudou a política de contratações em 89 e passou a aceitar católicos.
AUTOR ROBERTO BARROS
Zenit-RUS e Rangers-ESC decidem a Copa da Uefa nesta quarta-feira, em Manchester. Em campo, estará também a questão da intolerância, tanto racial quanto religiosa. A partida no estádio City of Manchester começa às 15:45, com acompanhamento em tempo real no GloboEsporte.com.
O time russo tem uma torcida declaradamente racista, e seu técnico, o holandês Dick Advocaat, já admitiu que não pode contratar jogadores negros. Por sua vez, há quase 20 anos, a equipe escocesa deu um passo à frente contra o preconceito: o Rangers, clube de origem protestante, optou por mudar a sua política de contratações ao abrir as portas para os católicos.
A torcida do Zenit é uma das mais radicais do mundo. Nos jogos do seu time, ela costuma ofender negros com faixas e cânticos racistas. Sua postura quase fez com que o clube fosse eliminado da competição pela Uefa. Nem mesmo os apelos da opinião pública mudaram a cabeça de dirigentes e torcedores. O Zenit não contrata negros, como deixou claro Advocaat em uma entrevista recente.
"Não quero negros no meu time porque meus torcedores não querem."
O Rangers, clube com mais de 130 anos de fundação, também passou décadas entregue ao preconceito. Só abria as portas do Ibrox Stadium para jogadores de origem protestante, já que o Celtic, seu maior rival, era admirado pelos católicos. A política só caiu em 1989, quando o técnico Graeme Souness convenceu os dirigentes a contratar Mo Johnston, atacante que havia brilhado com a camisa do Celtic alguns anos antes. Foi a primeira negociação católica desde a Primeira Guerra Mundial (entre 1914 e 1918). O Rangers aceitava os anseios dos tempos modernos e esquecia os ranços do passado, algo que o Zenit insiste em manter até hoje.
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FONTE
> globoesporte.com--