terça-feira, 22 de abril de 2008

INTRODUÇÃO A NÓS MESMOS


GABRIEL MACEDO & ELAINE QUINDERÉ


O que alguns de vocês lerão aqui não se trata de política ou economia, ciência ou saúde, cultura ou arte, esporte, literatura, nada. Trata-se de um desabafo. Uma manifestação sentimental.

No domingo, dia 13, eu, Gabriel, estive conversando com a aluna Elaine, a quem vocês todos devem conhecer. Nós gastamos algum tempo no MSN discutindo sobre o propósito inicial, a grande razão geradora do ContraOSenso.

O blog foi criado por sugestão da professora Elisabete Jaguaribe, da cadeira de Introdução ao Jornalismo. Antes de mais nada, quero que saibam disso. Quero que todos se lembrem do dia em que ela convidou a mim e a uma equipe a montar um site na Internet para falar sobre as pesquisas do seminário que haverá no final do semestre.

É preciso que eu, nesse momento, acrescente um ingrediente que acho fundamental: o meu ponto de vista. Na realidade, eu nunca vi o blog vinculado à disciplina Introdução ao Jornalismo. Todas as vezes que acessei, seja para escrever, para editar ou para ler, via o site mais conectado à turma que se juntou, de uma maneira ou de outra, na sala T44.

O que nós estivemos escrevendo até agora, para alguns serviu de informação, para outros, não. O que estamos percebendo é que a grande maioria desconhece o real significado do blog, acha que é mais uma maneira de se obter uma nota ou um ponto a mais na nossa média. Claro, a nota é importante, estamos em uma universidade particular. Notas boas são importantes.

Mas o blog, em essência, não gira em torno disso. Muito além de uma boa média, queremos, através do blog, iniciar-nos no nosso campo profissional jornalístico. É importante termos uma base de como será o nosso trabalho futuro, é importante estar atento ao que acontece. O blog não é um gerador de notas da disciplina de Introdução ao Jornalismo, ele é independente de qualquer disciplina. Sim, ele é uma introdução, uma introdução ao mundo, ao campo jornalístico e a nós mesmos.

O ContraOSenso é uma forma de aprendizado. Ele sim, podemos dizer, é o nosso real professor. É nele onde fazemos papel de jornalistas, onde denunciamos o que nos desagrada, onde aprendemos sobre assuntos diversos, onde podemos abrir nossa mente e deixar fluir o sentimento. Através dele, poderemos aprender a escrever, a pesquisar, a ler, a criticar, a aperfeiçoar e a alimentar qualquer atividade que, certamente, nos será extremamente útil quando pudermos nos chamar "operários do Jornalismo".

O que construímos até agora? Desafio-os a responder a essa pergunta. O que se tem erguido, até agora, a partir das primeiras publicações e comentários? Enquanto pensamos sobre isso, não podemos deixar de agir. Ação, leitor, ação, leitora, é disso que esses dois estudantes que aqui escrevem estão falando. Desafiamos todo e qualquer um a procurar compreender o mundo, o Brasil ou qualquer lugar que seja. Os jornais estão em circulação, a Internet nos metralha de informações a cada milésimo de segundo e a televisão não dorme, não apaga. Não podemos apagar. Não podemos nos apagar, fechar os olhos, viver na escuridão e, alienados, perder o grande coração da carreira jornalística: a in-for-ma-ção.

O nosso objetivo principal é informar, expandir nossos horizontes, crescer. É essa a proposta maior. Ninguém aqui está sequer preocupado com um ponto na média da primeira Nota Parcial de Introdução ao Jornalismo. Nenhuma pessoa que escreveu e contribuiu para o blog acredita, seriamente, que fez o que fez para ganhar créditos. Escrevemos porque precisamos e, principalmente, porque amamos.

Queremos despertar seus interesses, ver os futuros jornalistas desse mundo. Estamos no início de uma longa jornada, mas é no alicerce que se encontra a força de toda uma estrutura. Devemos fazer a diferença. Não queremos indiferença. Sejamos imparciais, mas mostremos nossos sentimentos, nossas angústias e desejos.


Nós apostamos e acreditamos, cegamente, que o site vai se manter de pé até mesmo quando o primeiro semestre da turma de 2008.1 se findar. Acreditamos sim que, enquanto houver apenas um fiel, um escritor, um mero informante, o diário virtual vai sobreviver. E quer saber por que temos tanta certeza disso? Porque não somos um, somos dois. Podemos ser três. Quatro, talvez. Podemos ser muitos. E muitos, enquanto sonham, tranformam, e enquanto transformam, realizam, realizam-se.

DO OUTRO LADO - T. HEROS


ASSUNTOS VARIADOS

AUTORA THAMYRES HEROS


Todas as reportagens devem antes ser analisadas por você mesmo, para que depois seja transmitido tudo o que os outros não irão transmitir. Devemos, portanto, parar a fim de analisar e de ir pelo outro lado da história.

O "Caso Isabella" teve muita repercussão na mídia, através de sensacionalismo e desrespeito. Reportagens encheram os jornais diários com especulações sobre o crime e, a cada dia, "novas informações" desnecessárias são despejadas.

O que muitos de nós, que estamos acompanhando o caso, ainda não atentamos foi para o outro lado da história. O caso não só deveria ter chocado toda a sociedade como também ter lhe instigado à critica sobre a falta de ética e competência tanto dos delegados e promotores vinculados ao caso como dos peritos. Um crime que aos seus olhos, faltam com o espírito investigativo e que parecia já ter respostas, mostrou-se mais complicado do que se pensava. A resolução do suposto assassinato foi seriamente abalada pela falta de preservação da cena do crime, bem como de outras possíveis provas que também perderam sua identidade. Também não foi respeitada a quantidade de vezes, estabelecida por lei, para que se analise a cena do crime.

Essa falta de competência não está ligada apenas à análise do caso da menina Isabella Nardoni, mas também vinculada a muitos outros casos que não foram tão divulgados pela mídia. Em conseqüência disso, o Brasil é conhecido mundo afora por essa irresponsabilidade com as provas do crime.

Com todos esses fatores, faz-se praticamente óbvio que nunca haverá provas suficientemente verdadeiras para apontar com convicção um culpado, e um crime que atingiu toda a comoção social provavelmente ficará sem solução, ou pior, acusará inocentes apenas para satisfazer a cobrança da opinião pública.