domingo, 30 de março de 2008

SIMPLESMENTE CHICO - A. LINHARES


CULTURA & ARTE

AUTORA ALANA LINHARES


chico


Em meio às tradições e reflexões religiosas e ao grande número de cearenses viajando, poesia, música e teatro subiram ao palco na quarta-feira (19) santa do mês de março. O Pausa Dramática, um projeto de leitura dramatizada que acontece mensal e gratuitamente no auditório do Centro Cultural Dragão do Mar, apresentou de casa cheia, mais uma de suas edições.

Com quase um ano e meio de vida, o Pausa já abordou diversos escritores e dramaturgos com inúmeras temáticas literárias. De Clarice Lispector a Nelson Rodrigues, da introspecção à comédia, o projeto está conquistando o público da cena cultural de Fortaleza. Através dos debates promovidos após cada apresentação, os espectadores têm acesso a maiores informações sobre o escritor, sobre suas obras e, principalmente, sobre o tema em questão, sempre sintetizado e debatido entre um convidado especial e a platéia. Sempre levando competentes atores, o evento tem sua grande importância também para o teatro cearense, que possui inúmeras revelações e talentos e tem procurado reciclar-se não só na técnica, mas também na arte.

Dramatizado por Yuri Yamamoto, Démick Lopes e Ricardo Tabosa, o literato da vez foi o escritor, músico, boêmio e representante, ainda vivo, da história de nosso país, Chico Buarque de Hollanda. Chico, doce e encantador, também é conhecido por suas músicas com temáticas femininas, como "Olhos nos Olhos", "Atrás da Porta" e outras, as quais representaram, durante o evento, um pouco da alma e da doçura buarqueanas.

Onde mora a sua feminilidade? Em Chico e em suas canções, a mulher dança entre a poesia, a melodia, os dramas e a sensualidade. Galanteada e dona de seu mundo, encanta e mostra-se à flor da pele, frágil e poderosa, exteriorizada por seus sentimentos, envolvida em seus desejos e perdas e despida de pretensões; uma antítese e metáfora dos sentimentos leves e densos de qualquer ser humano.

Segundo a psicóloga Luciana Holanda, convidada especial da edição, "para você se constituir mulher, você se pergunta mulher a partir de uma ótica masculina". Esse pensamento da psicanálise caracteriza, simultaneamente, a submissão e o poder feminino perante o homem, com sua necessidade de um outro que a ache bela, ou que, simplesmente, lhe aceite, e que também lhe assegure a tão procurada estabilidade sentimental.

As mulheres de Chico são representadas pelas máscaras da sedução, do desamparo, da fragilidade e da força. "A dificuldade cênica foi por causa da necessidade de uma representação feminina natural que o teatro pede. Então, trabalhamos a partir das impressões que temos das imagens femininas, tomando cuidado para que nossas atuações não tomassem um sentido pejorativo visual", diz Ricardo Tabosa.

Abandono, desilusões, expectativas e desejos... Somos um pouco mulheres, um pouco doçura e amargura, um pouco de tentativa, erotismo e um pouco de sensibilidade. Chico e suas mulheres, nós e nossos sentimentos. Nossa feminilidade mora no coração.

sábado, 29 de março de 2008

O CAMPEONATO BRASILEIRO DE 87 (FINAL) - R. BARROS


ESPORTE

AUTOR ROBERTO BARROS


A guerra da taça das bolinhas produz coisas surreais. Menos pela taça em si, mas pela falta de cuidado de muita gente em relação à informação. Não importa se você pensa que o Flamengo é penta ou se você está entre os avalistas da decisão da CBF, de proclamar o Sport campeão. Se você dispõe de todas as informações sobre o que se passou em 1987, tenha a sua opinião.

A questão é exatamente essa: informação. No domingo à noite, comentaristas gritavam na televisão brasileira; uns dizendo que o Flamengo deve chorar na cama, outros dizendo que o "Fla" é campeão porque não houve Primeira Divisão naquele ano. Um show de desinformação.

Na sexta-feira, no "Bate Bola", da ESPN Brasil, este colunista sugeriu enviar um texto explicativo, para quem nasceu em 1988, 1989 e 1990, um texto só com informações sobre o que se passou em 1987. Ao sair do estúdio e abrir minha caixa de mensagens, respondi 105 mensagens em quarenta minutos. Não era gente disposta a questionar se o Flamengo era penta ou não, era gente sedenta por informação.

Pois essa matéria-prima do trabalho do jornalista é violentada todo dia, quando alguém decide se o campeão é um ou outro, sem contar o que de fato aconteceu naquele ano. O que se passou foi uma ruptura, a partir da recusa da CBF em cumprir o que prometera no ano anterior: que os 24 melhores do Brasileirão de 86 formariam a Primeira Divisão em 87. A partir daí, os 13 maiores clubes do país decidiram fazer seu campeonato, a CBF propôs o cruzamento, o Clube dos 13 recusou e o campeonato já começou com o impasse que se produziu depois. Com o Sport campeão oficial (pela CBF), o Flamengo, campeão legítimo, porque até o Recife assistiu a Flamengo 1 x 0 Inter, na tarde de 13 de dezembro de 1987, como quem via a decisão do Campeonato Brasileiro.

O Santa Cruz, afinal, foi o representante de Pernambuco naquele ano. Daí, segue a minha opinião de que o FLAMENGO É PENTA, SIM SENHOR, DONO DA TAÇA DAS BOLINHAS! Mas é necessário o asterisco com os nomes dos supostos dois campeões, porque só assim o torcedor mais curioso irá em busca da informação a respeito do que realmente aconteceu no ano de 1987!

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FONTE> blog do PVC (Paulo Vinícius Coelho)

O CAMPEONATO BRASILEIRO DE 87 (2) - R. BARROS


ESPORTE

AUTOR ROBERTO BARROS


6. crise da CBF e Clube dos 13
É verdade afirmar que a CBF, desde 1986, vivia uma crise administrativa, agravada pela eleição de Otávio Pinto Guimarães, que supostamente seria "Testa de Ferro" de Nabi Abi Chedid na briga pela cadeira principal da entidade, em duelo com Medrado Dias.

A idéia de ter Otávio como cabeça da chapa se dava pelo risco de Nabi empatar com Medrado Dias (Dias levava vantagem por ser mais velho que Chedid, usado como critério para desempate).

Nem seria preciso, pois a chapa de Nabi ganhou por 13x12, após mudança de voto de Antônio Aquino (Presidente da Federação do Acre, na época), além do voto em branco de Belmiro Costa (Amazonas). Fala-se muito, inclusive, num possível esquema de compra de votos, mesmo que sem comprovação.

As confusões que explodiram na Copa Brasil de 1986 já mudaram os planos da CBF, que precisava reduzir o número de participantes da competição, formando uma primeira divisão com 24 clubes. Acabou cedendo para 28 times, definidos como os 7 melhores classificados da 2ª fase da edição de 1986.

Vale ressaltar que mesmo estando entre as 28 melhores campanhas no geral, nem Ponte Preta (21º), nem Sport (27º) teriam direito a disputar a primeira divisão em 1987. Atlético-GO (28º) e Náutico (31º) se deram melhor na 2ª fase e conquistaram o direito a essas vagas.

Segundo a revista Trivela (maio/07), Otávio Pinto havia declarado que seria inviável a realização da Copa Brasil em 87, o que deu margem para que os auto-proclamados grandes clubes do Brasil idealizassem uma competição entre si, buscando um contrato de US$ 18 milhões com patrocinadores, com validade de 5 anos.

O jornalista Sérgio Baklanos, conta que a formação do Clube dos 13 se deu após uma pesquisa nacional, onde identificaram os 13 times com maior poder de arregimentação de massas. Para formar os 16 times, por questões políticas, foram convidados Coritiba, Goiás e Santa Cruz.

O resultado da mais insana virada de mesa do futebol brasileiro é que, enquanto 14 times que tinham conquistado seu direito em campo (ver quadro "os excluídos"), Botafogo e o Coritiba não teriam direito algum de participar (ver quadro "pela janela"). Logicamente, equipes como América, Guarani e Portuguesa, que junto com Joinville e Criciúma tinham chegado entre os 16 melhores na última competição, reclamaram por seus direitos. Não havia outra saída para a CBF diferente de formar um novo grupo de times para validar o Brasileiro.

Dois erros foram fundamentais para a confusão: a falta de iniciativa da CBF e a falta de critério do Clube dos 13 em organizar o campeonato que, inegavelmente, trouxe volumosos recursos para o futebol nacional, mesmo que a grande fatia esteja ainda restrita ao próprio grupo.

Para compor o grupo dos excluídos com outros 16, bastaria incluir mais 2 times além dos 14 já citados. Por critérios técnicos, essas vagas deveriam ser preenchidas por Ponte Preta e Sport, mas ao invés da equipe de Campinas, quem ficou com a última vaga foi o Vitória.

Foi acordado e assinado um documento que previa um quadrangular entre os campeões e vices dos Módulos Verde (Copa União) e Amarelo (Copa dos que sobrariam). Mesmo não aceitando os termos, o Clube dos 13 assinou o regulamento, para que pudesse ter legitimidade o campeonato em que disputavam, evitando complicações maiores até com a FIFA. Entre eles (Clube dos 13), o discurso era que não fosse realizado tal confronto, tentando de todas as formas persuadir a CBF a concordar com essa proposta.

Sport e Guarani, finalistas do módulo amarelo, cumpriram o acordo e estiveram presentes nas duas primeiras rodadas do quadrangular, vencendo ambas por W.O. Depois, já sabendo que Flamengo e Internacional não iriam disputar os jogos, ficou decidida a antecipação do segundo jogo, concluindo o quadrangular.

Nas partidas entre Sport e Guarani, tivemos o seguinte resultado:
31/01/88 - Guarani 1x1 Sport
07/02/88 - Sport 1x0 Guarani

A CBF foi uma das principais catalisadoras da polêmica. Sem rumo e sem estrutura, cedeu espaço para que os clubes que formaram o C-13 tomassem de forma arbitrária e pirata a organização do futebol. O Sport é, indiscutivelmente, o campeão do Brasileiro de 1987. Equipes como Rio Branco, Joinville, Ceará, CSA, Atlético-GO e Treze, que conquistaram seu acesso no campo, até hoje não tiveram seu direito restabelecido, sendo as maiores vítimas de toda a desorganização criada na época. O América, que disputou a Copa União de 1988, após quase 1 ano de inatividade, por não concordar com toda a manipulação ocorrida em 1987, nunca mais voltou a figurar com força no cenário nacional. Em 1988, mais uma vez, não teve rebaixamento e os 8 melhores integrantes do Módulo Amarelo integraram a 1º divisão, ao lado dos 16 do Módulo Verde. Tecnicamente, uma mesma fórmula de disputa foi aplicada em 1993, quando apenas dois grupos teriam times com ameaça de rebaixamento, favorecendo o Grêmio.

Representantes do Brasil na Libertadores 88: Sport e Guarani.

Todos podem afirmar que o título de 87 é rubro-negro, contudo, jamais em referência aos rubro-negros cariocas... O fato do Sport ter jogado contra Bangu, Guarani, etc. não tem nada a ver com a legitimidade do título. Vale lembrar que, coincidentemente, o adversário da semifinal, Bangu, foi o vice de 1985. O Guarani, foi o vice de 1986.

Por mais que o Clube dos 13, na época, tivesse como objetivo trazer uma nova realidade ao futebol brasileiro, jamais poderia alijar da competição 14 times que no ano anterior tinham o legítimo direito de disputar a primeira divisão. Desses, 6 jamais conseguiram usufruir desse direito. Um grupo de 16 times que exclui o vice-campeão do ano anterior e o 4º colocado e convida o 44º, por exemplo, não tem direito algum de se proclamar como primeira divisão do campeonato nacional. O fato de não ter sido concluída a disputa entre Sport e Guarani na final do módulo amarelo não impediria em nada a realização do quadrangular, que previa a disputa entre os finalistas de cada módulo.

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Pessoal, essa matéria mostra um pouco o ponto de vista de varios jornalistas a favor do Sport, o que é bem difícil, já que a maioria fica ao lado do maior clube, no caso, o Flamengo. Na 3ª parte da matéria, vou colocar um artigo do ponto de vista de um jornalista a favor do Flamengo.

quinta-feira, 27 de março de 2008

BICICLETAS EM PARIS - R. DULTRA


ASSUNTOS VARIADOS

AUTORA ROBERTA DULTRA


bike
g. macedo


Sei que isso não é novidade, mas de qualquer forma, nem todos sabem. As ruas de Paris vêm ganhando cada vez mais bicicleta desde o dia 15 de julho de 2007. Foi quando foi inaugurado pela prefeitura de Paris o novo meio de transporte público: as bicicletas, chamadas de “Vélib”. As tais bicicletas estão espalhadas em mil pontos de Paris e as cerca de 14 mil já fazem o maior sucesso por lá. Os parisienses e turistas adoraram! Eles pedalam para ir ao trabalho de terno e gravata, pedalam arrumados, de mochila, de qualquer jeito! O melhor é que, como a França é um país conhecido pelas suas greves, em dias de greve de transportes públicos, ainda há as bicicletas, que não são afetadas.

A novidade parisiense funciona assim: a pessoa pode alugar a bicicleta por dia, por uma semana ou por um ano nos próprios estacionamentos da “Vélib”, que são espalhados pela cidade. Por um dia (o mais fácil para os turistas), deve-se pagar 1 euro para usar qualquer bicicleta por períodos intercalados de meia hora. Isso porque a prefeitura de Paris calculou que a distância mais longa da cidade é percorrida de bicicleta em 25 minutos. Assim, depois de 30 minutos o ciclista devolve sua bicicleta no estacionamento mais próximo e pode pegar mais tarde outra (por meio de um código válido o dia todo) por mais meia hora e assim por diante. Eu achei o esquema das bicicletas ótimo, não só porque obriga as pessoas a fazerem exercícios, mas também por causa do meio ambiente. Acho que seria o máximo tal esquema funcionando aqui no Brasil…

(adaptado de uma matéria da UOL)

quarta-feira, 26 de março de 2008

O CAMPEONATO BRASILEIRO DE 87 (1) - R. BARROS


ESPORTE

AUTOR ROBERTO BARROS


Fiz uma pesquisa bem apurada sobre esse título muito polêmico, que fez 20 anos em 2007. Antes de discutirmos sobre o campeonato de 87, temos que voltar um ano no passado, para o campeonato de 86, para entender melhor como tudo aconteceu.

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Copa Brasil de 86
(clique aqui para ver o histórico e placar dos jogos)

A edição de 1986 da Copa Brasil era composta por 44 times divididos em 4 grupos de 11 e mais outros 16 times que disputariam um torneio paralelo com direito a 4 vagas na segunda fase.

a) a regra de classificação previa 32 clubes na segunda fase, da seguinte maneira:
a.1) ps 6 primeiros de cada um dos 4 grupos de 11 (grupos A, B, C e D);
a.2) outros 4 times de melhor índice técnico entre os demais participantes dos grupos acima citados.
a.3) campeões de cada grupo do Torneio Paralelo (grupos E, F, G, H).

1. pelas vagas do grupo
grupo A: São Paulo, Inter-RS, Sport, Fluminense, Bangu e Ceará;
grupo B: Flamengo, Ponte Preta, Corinthians, Atlético-PR, Grêmio e América-RJ;
grupo C: Bahia, Guarani, Santos, Rio Branco-ES, Cruzeiro e Atlético-GO;
grupo D: Atlético-MG, Portuguesa, Vitória, Palmeiras, Nacional e CSA.

2.
índice técnico
Joinville (10p, 4v, 14-17);
Botafogo (10p, 3v, 11-11);
Goiás (10p, 3v, 08-09);
Comercial (10p, 3v, 09-11).

3. campeões do torneio paralelo:
grupo E: Treze;
grupo F: Central;
grupo G: Internacional-SP;
grupo H: Criciúma.

4. polêmica e times biônicos
Um caso de doping de um jogador do Sergipe, no jogo contra o Joinville, deu a vaga do critério técnico aos catarinenses (que tinham empatado em 1x1 e recuperaram o ponto perdido), tirando o Vasco-RJ da etapa seguinte. Briga no tapetão. Não bastasse, a CBF decidiu eliminar a Portuguesa, que entrou na Justiça Comum por conta de problemas com a venda de ingressos.

Com o protesto do Vasco, além da ameaça de outros times de SP, em solidariedade ao caso da Portuguesa, o jeito foi improvisar. Deu a vaga para o Vasco, esqueceu a punição contra a Portuguesa e ainda chamou outros três times por conta da interferência do Chefe da Casa Civil, Marcos Maciel, beneficiando os pernambucanos Náutico e Santa Cruz, além do Sobradinho. Quatro times biônicos (Vasco, Náutico, Santa Cruz e Sobradinho), um perdoado (Portuguesa) e trinta e seis times participantes na segunda fase, divididos em 4 grupos de 9.

5.
segunda fase e mata-mata
A CBF determinou que, dentro das regras da competição, os 7 primeiros colocados dos 4 grupos da segunda fase (I, J, K, L) iriam compor a 1º divisão de 1987. Após os jogos, tendo cada um dos participantes disputado 16 partidas (jogos de ida e volta), dentro dos critérios pré-estabelecidos, estariam com vaga assegurada na 1ª divisão:

I: Palmeiras, São Paulo, Joinville, América-RJ, Santos, Bangu e Treze;
J: Guarani, Fluminense, Flamengo, Grêmio, Goiás, Santa Cruz e Atlético-GO;
K: Cruzeiro, Portuguesa, Bahia, Inter-SP, Atlético-PR, Náutico e CSA;
L: Atlético-MG, Corinthians, Vasco, Criciúma, Inter-RS, Ceará e Rio Branco-ES.

Entre esses, os 4 primeiros de cada chave estariam na 3ª fase da competição, que seria desenvolvida no sistema mata-mata até as finais. As finais foram disputadas por São Paulo e Guarani, onde os tricolores levaram a melhor nos pênaltis e conquistaram o título da temporada. Nas semifinais, ficaram o Atlético-MG e América. Nas quartas-de-final, pararam o Bahia, Fluminense, Corithians e Cruzeiro. Nas oitavas, aparecem na lista dos eliminados: Criciúma, Palmeiras, Portuguesa, Inter-SP, Flamengo, Joinville, Vasco e Grêmio.

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Acabei a primeira parte dessa matéria. Amanhã posto o restante sobre o polêmico título de 1987.

segunda-feira, 24 de março de 2008

WORLD PRESS PHOTO - B. ALMEIDA


CULTURA & ARTE

AUTORA BÁRBARA ALMEIDA


a melhor foto de 2007,
eleita pela World Press Photo de Tim Hetherington, Reino Unido

tim hetherington

soldado americado descansando, Korengal Valley,
no Afeganistão, 16 de setembro


Oi, gente! Também trago a minha deixa como boa amante que sou daquele tipo de Fotojornalismo que provoca o discernimento e se faz ferramenta no que concerne à construção de opiniões. O que garante é que aquela idéia de estar no lugar certo e na hora certa contribui, mas o contexto e a propensão de quem faz a foto são as coisas que fazem toda a diferença. Pois bem, vocês já conhecem a World Press Photo? Se não, terei o prazer de apresentar um pouco dessa entidade para vocês.

A World Press Photo é um órgão independente e sem fins lucrativos que realiza anualmente uma premiação, na verdade a mais prestigiada de todas elas, das fotografias espalhadas por todo mundo. Com sede em Amsterdã, a entidade foi fundada em 1955, e como podemos ver, acompanhou de perto as mais variadas manifestações humanas e naturais de destaque nessas últimas décadas. Passou por guerras, por lutas políticas, por fenômenos físicos, entrou nas artes expressionistas etc. Enfim, é a proprietária do maior e mais qualificado acervo de imagens do mundo.

Das fotos concursadas e selecionadas publica-se anualmente um livro de exibição, traduzido para seis línguas, além da exposição itinerária que passa por 45 países e é visitada por mais de dois milhões de pessoas. A World Press Photo é uma importante incentivadora e estimuladora do nosso Fotojornalismo. Não só pelo grande evento, bem como pelas conferências, as oficinas e os projetos espalhados pelo globo.

Confiram as fotos vencedoras de 2007 e as dos demais anos através do próprio site da entidade* e tirem a prova da qualidade das imagens! E de antemão, como estudante de Jornalismo, alimento por nós, para o nosso futuro, o desejo um tanto ambicioso de chegarmos até lá. Ou mais ambicioso ainda, de fazê-lo aqui, entre nós.

*O site é todo em inglês, porém, o tradutor do próprio Google é de grande eficácia.

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FONTES> Wikipedia & WorldPressPhoto

CHINA: GEOGRAFIA - G. MACEDO


ASSUNTOS VARIADOS

AUTOR GABRIEL MACEDO


Vocês conhecem a China? Vamos lá, então, confirmar nossas "sabedorias". O seguinte texto é proveniente do especial da UOL sobre as Olimpíadas deste ano, que terão início no mês de agosto, na capital chinesa, Pequim.


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UM QUINTO DA HUMANIDADE POR LÁ

O país é maior que o Brasil (9,5 contra 8,5 milhões de quilômetros quadrados), mas enormemente mais populoso (1,3 bilhão de chineses contra os 190 milhões de brasileiros). A China ostenta 166 cidades com uma população de mais de um milhão de pessoas, contra apenas 14 no Brasil. O número seria ainda maior se o país não tivesse adotado a partir da década de 70 a política de um filho por casal (o país teria 300 milhões a mais se continuasse no antigo ritmo de fertilidade).

Faz fronteira com 14 países contra dez vizinhos da nação sul-americana. Por sua dimensão, reúne desde paisagens desérticas de Xinjiang até as montanhas mais altas do Tibete, da selva subtropical da fronteira com o Vietnã e Laos até as estepes frias da Mongólia Interior. A concentração humana, porém, está na planície costeira e nos 7% de terras aráveis do território.

O nome oficial é “Zhonghua Renmin Gongheguo”, o que traduzindo significa República Popular da China. Isso para se diferenciar da ilha de Taiwan, que se auto-intitula República da China, mas considerada “província rebelde” desde a Revolução Comunista em 1949.

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CICLOS DE MIGRAÇÃO

A diáspora começou para os vizinhos Indonésia, Malásia, Tailândia e Cingapura (onde são a maioria da população). No século 19, desastres climáticos, guerras e fome impulsionaram levas para os EUA, Canadá, Peru e Austrália para trabalhos em minas e ferrovias. No século 20, países da Europa e o Brasil (comunidade de 150 mil) viraram destino.

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MANDARIM PARA TODOS

O governo gastou US$ 9 milhões para ensinar chinês para as minorias

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MULHERADA NO COMANDO

No sul, a etnia naxi (278 mil pessoas) possui estrutura matriarcal, com elas controlando os negócios e a linhagem.

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PRIVACIDADE QUASE ZERO

Com tanta gente, há uma lógica própria nos esbarrões de rua, empurrões em elevadores públicos, metrôs e filas.

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ÚNICOS FILHOS ÚNICOS

Só as famílias do campo e de minorias étnicas podem ter mais de um filho, o limite para casais que vivem nas cidades.

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PARA QUEM ACHA QUE CHINÊS É TUDO IGUAL

O país tem 56 etnias, sendo que 92% da população são han. Só na província de Yunnan (fronteira com Mianmar) há 20 culturas diferentes. Há 21 etnias com língua própria e 40 tipos de escrita no país. Só duas minorias étnicas, hui e man, usam a língua chinesa. Entre as etnias estão os iugures, cazaques, mongóis, tibetanos e coreanos


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E então? Ajudou em alguma coisa? Em breve, pretendo postar aqui mais aspectos sobre esse riquíssimo país. Há muito o que escrever ainda!

domingo, 23 de março de 2008

"SUPER ACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO" DE LULA - G. MACEDO


POLÍTICA & ECONOMIA

AUTOR GABRIEL MACEDO


"O governo Lula driblou o veto da legislação eleitoral a repasses de recursos federais para obras novas nos três meses que antecedem a escolha dos prefeitos e, sem alarde, listou por decreto quase 1.800 ações do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) que terão seus gastos liberados na reta final das eleições."

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FONTE> Folha Online
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pac
pac


Ainda segundo a repórter Marta Salomon, da Folha, a lista dos projetos do PAC considerados "prioritários", ou seja, de "transferência obrigatória", é liderada por saneamento, urbanização de favelas e construção de casas. Praticamente todos os grandes centros, em que as eleições municipais exercerão uma função mais significativa na sucessão presidencial de 2010, foram contemplados com o projeto liberado pelo Presidente da República.

Anteriormente, eu divulguei aqui uma série de informações coletadas pela Internet, sobretudo a página da Folha, que dizia respeito ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), lançado pelo presidente Luiz Inácio "Lula" da Silva a fim de beneficiar comunidades carentes, basicamente favelas, do país inteiro. O objetivo é alcançar mais de 1000 cidades.

De acordo com o meu ponto de vista, a principal localidade contemplada pelo projeto será a cidade do Rio de Janeiro, onde se concentra grande parte das favelas, os ditos "morros". Eu acabei de ler essa tremenda notícia, assustei-me com o número de obras que deverão ser realizadas (até quando?) e precisei postar aqui para vocês lerem. Agora, respondam-me: vocês acreditam no PAC? E vejam bem: eu não faço essa pergunta porque não acredito ou duvido de sua eficiência... No momento, sou apenas um estudante neutro. O que quero saber é quais são as suas crenças em relação a esse maravilhoso projeto que o Lula, milagrosamente, bolou alguns meses atrás. Não parece bom demais para ser verdade?

Sejam sinceros conosco e com vocês mesmos. Comentem!

DANCE, MONKEYS, DANCE! - R. DULTRA


ASSUNTOS VARIADOS

AUTORA ROBERTA DULTRA


Oi, pessoal, e aí? Como está o feriado dos internautas por aqui? Quem está escrevendo é o Gabriel, editor-chefe do ContraOSenso, mas a publicação é, originalmente, de uma aluna muito dedicada e legal, a Roberta. Ela me mostrou esse vídeo magnífico do YouTube, que é simplesmente muito bom para se colocar em palavras. Ele se chama "Dance, monkeys, dance!" e nele se discutem diversos assuntos extremamente delicados para a humanidade inteira: a humanidade em si, obviamente, a evolução, a determinação, o preconceito, a religião, a guerra, a descoberta, a redescoberta, as estratégias, os pensamentos, os erros e acertos, a animalidade do ser humano, enfim. É o tipo de vídeo que você vê uma vez, de uma vez, e fica estupefato. Arrepiado. Você não pisca por alguns segundos e você percebe que está de boca aberta.

Macacos cujos cérebros evoluíram para um tamanho tão ingovernável, que agora é bastante impossível para eles ficarem felizes por muito tempo. Na verdade, eles são os únicos animais que pensam que deveriam ser felizes. Todos os outros animais podem simplesmente ser.

sábado, 22 de março de 2008

DALAI-LAMA AMEAÇA RENUNCIAR - G. MACEDO


POLÍTICA & ECONOMIA

AUTOR GABRIEL MACEDO


dalai-lama


Na terça-feira que passou (18), o dalai-lama fez uma ameaça em público de que, se a situação no Tibete ficar fora de controle, terá de renunciar. Vocês estão acompanhando a dita "situação no Tibete"?

Além disso, o dalai-lama negou acusações da China de que ele era o responsável pelo tumulto em Lhasa, o principal instigador. Essa resposta, anunciada durante uma entrevista coletiva na cidade onde fica a sede do governo tibetano exilado, Dharamsala, veio em réplica à acusação do premiê chinês Wen Jiabao, que, naquele dia, sugeriu que dez pessoas já tinham morrido e que os seguidores do líder espiritual tibetano estavam tentando "incitar uma sabotagem" aos Jogos Olímpicos, que serão realizados em agosto na capital chinesa, Pequim.

O dalai-lama, no entanto, exilado na Índia desde 1959, negou tais acusações e assegurou que é contrário à violência. Num pedido julgado emocionado, o líder espiritual pediu para que "parassem a violência do lado chinês e também do lado tibetano". O primeiro-ministro chinês, de fato, pediu para que o dalai-lama renunciasse à independência do Tibete, afirmando ter provas de que os "incidentes" foram estimulados e organizados pelo grupo do dalai-lama. O tibetano, ainda na terça-feira, aparentou aberto e receptivo a um diálogo ao convidar as autoridades chinesas para uma reunião a fim de investigar. Dalai-lama disse que não tem nada a esconder dos chineses e que, se quiserem começar a investigar a partir de seu exílio, serão bem-vindos.

Ao mesmo tempo em que descartou a inclusão, na agenda de eventuais discussões com a China, a reinvidicação de independência do Tibete, o dalai-lama defendeu, à imprensa em Dharamsala, que "temos que construir boas relações com os chineses". Sua conclusão foi de que "se as paixões se acalmarem dos dois lados, poderemos trabalhar", referindo-se à violência, que considera quase como um suicídio.

Os protestos de que estive falando ocorreram na sexta-feira passada (14) como parte de manifestações que se iniciaram no começo da semana, dia 10, e que marcaram o 49º aniversário do levante de Lhasa, que levou o dalai-lama ao exílio. Centenas de monges tomaram as ruas e, com a adesão dos tibetanos, os protestos ganharam força, tendo sido apontados como os maiores e mais violentos dos últimos 20 anos. Basicamente, trata-se de uma reação à notícia de que monges budistas teriam sido presos depois da passeata de segunda-feira. A China negou o uso de armas para conter a manifestação.

Hoje, o levantamento é de que foram 19 os mortos nos distúrbios da capital tibetana. A agência estatal de notícias Nova China confirmou ontem que 18 civis e um policial perderam a vida durante os protestos que sacudiram Lhasa na semana passada. Já o governo tibetano confere que pelo menos 99 pessoas morreram. O relatório da Nova China também revela que foram 241 os policiais feridos e 382 civis. O governo chinês está oferecendo uma recompensa a quem possa ajudar a capturar um dos 19 suspeitos. As fotos desses homens foram divulgadas em massa, nos últimos dias, pela mídia. São "os homens mais perigosos já vividos no Tibete nos últimos 20 anos".

Quando li a notícia de que o dalai-lama havia ameaçado renunciar, quis postar aqui no blog imediatamente, mas decidi esperar por mais informações a respeito do conflito entre a Índia e a China, pois sabia que surgiriam. Tenho certeza de que ainda ouviremos falar do problema muitas vezes. Minha pretensão é de manter-nos atualizados nessa questão e de abrir uma discussão. Sintam-se livres, então, para opinar e debater a respeito. É só clicar aqui embaixo, nos comentários!

quinta-feira, 20 de março de 2008

"EN PASSANT" - A. LINHARES


CULTURA & ARTE

AUTORA ALANA LINHARES


en passant
o povo


"só fale se for para melhorar o silêncio"

Para as pessoas que irão ficar em Fortaleza neste feriadão, registro aqui um convite especialíssimo:
espetáculo teatral En Passant, em cartaz durante o mês de março, aos sábados e domingos.

Texto de Rafael Martins,
com Jadeilson Feitosa e Milena Pitombeira.
Direção de Jadeilson Feitosa e
produção de Mário Alves.

Local: Teatro SESC Emiliano Queiroz (Av. Duque de Caxias, 1701)
Horário: 20h

Ingressos: R$6,00 (meia) e R$12,00 (inteira)
Informações: 3452.9000 e 8764.0464

Confira a crítica sobre o espetáculo no jornal O Povo clicando aqui.

quarta-feira, 19 de março de 2008

QUANDO A MÍDIA FAZ "CRÉU" PARA OS ROQUEIROS - R. BARROS


CULTURA & ARTE

AUTOR ROBERTO BARROS


Toto, Sonata Artica, Dream Theater, Ozzy Osbourne, Scorpions, Black Label Society, Korn, Rush, Deep Purple, Iron Maiden, Interpol... Não, você não está lendo a lista de um festival de rock, mas sim do calibre do Rock In Rio. Na primeira linha deste primeiro parágrafo, temos bandas que vieram anteriormente e outras que estarão conosco este ano, esvaziando os nossos bolsos já mazelados pela economia enganosa deste país. O ano de 2008 deve ser um dos tempos mais abençoados para quem gosta de rock. Dos gostos mais variados e nos mais diversos lugares — Scorpions, por exemplo, toca este ano no Amazonas —, temos um leque de opções que há muito não se via no Brasil. Se por um lado há uma felicidade compartilhada por toda a tribo pela consolidação do país como parte do trajeto das grandes bandas em suas turnês mundiais, fica também aquele pequeno gosto amargo na boca de quem ama o rock, acompanhado do seguinte questionamento: Por que não temos um grande festival de rock em terras tupiniquins?

Quando Roberto Medina desistiu de seu projeto vencedor e ambicioso — Rock In Rio —, aqui no Brasil, alegando falta de apoio da iniciativa privada e também falta de estrutura organizacional, nunca fui convencido totalmente disto. Tais fatos não podem ser ignorados, mas o peso da informação deveria ser recalculada. Ver o festival mudar de endereço (Lisboa) e não de nome (por conta da marca) deixa em nós, brasileiros, uma leve e estranha sensação de incompetência.

Se perdemos o segmento que mais patrocinou os eventos cultural-musicais no país nas décadas passadas (a indústria do tabaco), ganhamos as operadoras de telefone móvel, que se envolveram nos festivais de música alternativa. Embora a linha tênue que separa o mainstream do underground esteja se desfazendo na rapidez do novo milênio, ainda não consigo imaginar Cansei de Ser Sexy pisando no mesmo palco em que Deep Purple “quebraria” tudo. Tudo é possível, porém, uma vez que B-52's já fizera o mesmo com Nina Hagen, no primeiro Rock In Rio, que, por sua vez também teve Erasmo Carlos e Paralamas do Sucesso. A questão vai além de diferenças musicais e gostos de cada tribo.

Não existe uma proposta formalizada por qualquer empresário, especulador ou mesmo por bandas de rock no país que possa colocar em nosso calendário, cada dia mais híbrido, um grande festival de rock. Infelizmente, quando algo está pronto a se tornar tradição em nossas terras, dá lugar aos empecilhos bestas e burocráticos de um país como o Brasil. Não há como se contentar com shows gratuitos na praia de Copacabana, com um figurão, uma vez por ano. Shows estes que possuem até ampla cobertura da mídia porque alcançarão um público gigantesco, que consome jornal, vê TV e "lê" Internet.

Quando começamos a mexer na ferida, averiguamos que o "buraco é mais embaixo". A grande maioria das rádios de rock está sucateada e são pouquíssimas as opções de programas voltados para o rock na TV aberta. Quando não, são em horários para lá de alternativos, como a MTV fez um tempo atrás, colocando o único programa dedicado a clipes de rock às sextas-feiras, onze da noite, como se o público apenas quisesse ver clipes antigos ou somente saber de discos que serão lançados. O rock sempre foi tratado com uma cultura marginal, mas nunca, em terra brasilis, vimos um descaso tão grande com um público considerável em nosso país.

Enquanto isso, do outro lado do gosto musical, a "indústria do créu", cresce a olhos vistos. De forma organizada, possuem emissoras FM, horários em canais de TV, e a difusão da sua música nunca morre. Em outras palavras, volta e meia conseguem colocar diante da sociedade sua expressão e entendimento da vida. Seria muito simplismo partirmos da primícia de que o funk brasileiro é comercial e por isso muito consumido. Não. Isso, embora seja verdade, não explica por completo, ou melhor, justifica inteiramente, o porquê de não termos em nosso território um maior respeito, por assim dizer, a toda massa roqueira existente no país.

Exportamos ao mundo ícones bastante pontuais do rock mundial. Sepultura, Angra, Torture Squad, Shaaman não são exemplos do acaso. São mostras dignas que a arte produzida em nossas cercanias tem qualidade, pedigree e talento. E aí, verificamos mais um dos muitos problemas: a classe é desunida.

Será que não temos bandas suficientes em nosso país, que fossem capazes de organizar um grande evento sem que fosse necessário artistas de mesmo calibre (e às vezes até de qualidade duvidosa) lá de fora? Será que, economicamente, não seria interessante? De cabeça (e você, leitor, pode fazer o mesmo), penso num sem número de bandas nacionais, dos mais diversos estilos, que poderiam figurar no cast ad-infinitum deste imaginário festival. Que dobradinhas interessantes não poderiam sair deste encontro!

Como dito nos parágrafos anteriores, já temos pouquíssimo apoio da constituída mídia nacional, temos a concorrência desleal do material enlatado que está naturalmente incorporado à rotina do ouvinte brasileiro, por meio das rádios no Brasil, e ainda "contamos" com a falta de união da classe. Algumas das bandas citadas, mesmo com tanta tradição como o Angra e Sepultura, já não possuem a galhardia e a pompa de períodos passados. Como seria bom para estas e outras, que pudessem mostrar seus trabalhos a um público cada dia mais sedento por ver seus ídolos ao vivo... Sem contar que seria uma ótima oportunidade para o surgimento de novas bandas, uma vez que somos um celeiro de talentos musicais, e isto é incontestável.

Parodiando Martin Luther King, eu tenho um sonho: o dia em que não teremos que ser tão marginais a ponto de nossa literatura e discos transformarem-se em contrabando a custos altíssimos, em que as revistas que cobrem o cenário rock não sejam apenas ilustrativas, mas verdadeiras fontes de informação relevante sobre nossos ídolos. Dia em que talvez — e por que não? — tenhamos nosso próprio canal de TV e sejamos capazes de organizar nossos próprios festivais, "sucessos de bilheteria". Um dia em que, mesmo sem precisar provar nada para ninguém, façamos atos de solidariedade e humanismo, arrecadando alimento e todo o tipo de suprimentos para aqueles que precisam neste mundo mais de comida do que de música.

Todos nós temos direito de sonhar, mas acho que já passou da hora de dormir.

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FONTE> Whiplash

sexta-feira, 14 de março de 2008

A ELEIÇÃO NORTE-AMERICANA PARA PRESIDÊNCIA - M. BRUNO


POLÍTICA & ECONOMIA

AUTOR MAÍLSON BRUNO


Conforme diz a Constituição dos Estados Unidos, a eleição para Presidente da República deve ocorrer a cada quatro anos. Caracterizados por adotarem a democracia como regime político, os norte-americanos gostam de participar da política nacional. Na eleição de 2004, por exemplo, 115 milhões de eleitores foram às urnas e reelegeram o republicano George W. Bush como Presidente da República. Esse é um número bastante expressivo num país onde o voto é facultativo.

Diferentemente do que ocorre aqui no Brasil, só existem duas correntes partidárias nos EUA: os republicanos e os democratas. Ambos os partidos são de direita, mas os republicanos são extremamente conservadores, isto é, adoram falar que os EUA são a maior potência econômica e militar do mundo, pouco se importam com questões ambientais, interferem constantemente em decisões políticas de outros países e são contra ideais modernos, como a oficialização da união entre homossexuais. Já os democratas são mais liberais; preocupam-se, por exemplo, com o aquecimento global, contudo, defendem a direita como espectro político.

John McCain, devido ao número de delegados obtido, já é o candidato oficial do Partido Republicano. Na oposição, a situação está indefinida. Inicialmente, Hillary Clinton estava na frente de Barak Obama, mas devido aos discursos inteligentes de Obama e de sua mulher, a situação reverteu, e agora ele leva uma pequena vantagem sobre Hillary.

Depois de fazer um breve comentário sobre a estrutura da eleição norte-americana para Presidente da República, buscarei fazer uma pequena análise sobre uma possível vitória de ambos os partidos. Se a ala mais conservadora continuar na Casa Branca, é provável que a política externa dos Estados Unidos não mude, isto é, veremos os americanos votando contra projetos que buscam a preservação ambiental, além de nos depararmos com aqueles que se consideram a "polícia do mundo". Já a vitória dos democratas pode representar uma grande mudança na política, principalmente se Obama for o eleito, o qual votou contra a ocupação norte-americana no Iraque e tem, como grandes ideais, combater o racismo e defender os direitos civis da minoria.

quinta-feira, 13 de março de 2008

BIG BROTHER BRASIL - C. MARCELO


CULTURA & ARTE

AUTORA CAMILA MARCELO


big brother brasil
lojaglobomarcas


O Big Brother Brasil, desde a primeira edição, representa, para mim, mais uma forma de submissão de nosso país em relação o exterior pelo fato da idéia ter surgido no Reino Unido, por parte de seu nome ser escrito em inglês e por nada representar de construtivo ou significativo para o cidadão brasileiro.

Com o tempo, determinei-me a captar os aspectos positivos das situações ao meu redor e, posteriormente, a tentar justificar o porquê de ainda haver a permanência de tal programa. Então, percebi que através dele, podemos observar a capacidade do ser humano de violar, em alguns meses, valores éticos e morais ensinados por toda uma vida.

Por mais deprimente que pareça, as máscaras criadas, o desrespeito gerado, a ganância, a cobiça, a vulgaridade, a falsidade e a falta de caráter, mostradas entre diversos estilos, idades e padrões sociais no BBB, são o reflexo da sociedade por nós vivida.

Não são apenas os participantes da casa os corrompidos. Nós, em pequenos ou grandes atos, agimos da mesma forma ou de maneira semelhante, seja para conquistar uma melhor posição no trabalho, uma relação afetiva ou alguns zeros a mais na conta bancária.

Vivemos em um mundo onde utilizamos a frase “errar é humano” como argumento de nossas ações. Esperamos atitudes alheias ou criticamos suas falhas, mas não sugerimos ou realizamos nada para dar o passo inicial para uma mudança (acredito não ser nossa função, mas se sempre esperarmos o próximo, nunca iremos adiante — meio clichê, porém, uma verdade!).

Enfim, mesmo não querendo reconhecer, o Big Brother é uma forma de aprendermos com os erros alheios — não os cometendo, lógico —, estudarmos os comportamentos possíveis para uma mesma situação e conhecermos a realidade de diversas culturas em uma perspectiva diferente. Eu apenas não aconselharia gastar parte do seu dinheiro, conquistado com esforço, em vinte quatro horas de BBB no pay-per-view, pois por apenas R$ 3,00 ou menos estarão disponíveis o ócio, “as panelinhas”, as belas palavras vazias e a incômoda realidade em páginas impressas de veracidade.

ANTES DE PARTIR - T. HEROS


CULTURA & ARTE

AUTORA THAMYRES HEROS


the bucket list
impawards


O filme Antes de partir, do diretor Rob Reiner, está em cartaz com o segundo lugar no TOP 10 dos filmes mais assistidos no Brasil.

O drama conta a história de dois cinqüentões que, ao descobrirem um câncer terminal, resolvem aproveitar a vida e recuperar o tempo perdido. Carter Chamber (Morgan Freeman) é um homem muito inteligente, dedicado à esposa e aos filhos. Carter passou 46 anos de sua vida trabalhando como mecânico para sustentar sua família. Após tanto tempo de vida, descobre um câncer terminal e se submete a um tratamento experimental. Na clínica onde ele está se tratado, conhece Edward Cole (Jack Nicholson) — um rico empresário e dono do hospital em questão —, que também está tratando um câncer em ultimo estágio.

Durante todo o tratamento, esses dois homens de mundos tão distintos passam a conviver e se conhecer melhor. Carter, sempre com o apoio de sua família, e Edward, que não conta com a presença de familiares, mas nos faz dar boas risadas com seu sarcasmo e suas exigências a Thomas, seu fiel assistente.

Após muitos tratamentos e a informação de que têm apenas seis meses de vida, Carter e Edward fogem do hospital e decidem aproveitar a vida, tendo como roteiro apenas seus desejos e uma lista de coisas a fazer "antes de partir".

A temática de Antes de partir já foi abordada por outros diretores em alguns longas, mas nunca de maneira tão dramática e cômica, a ponto de fazer o público se divertir e também refletir sobre as prioridades da vida. Como comentário pessoal, posso afirmar que o filme me fez pensar sobre a forma com que estou conduzindo minha vida e traçando meu futuro. Com certeza o filme é uma lição de vida e indicado para todos os leitores do CONTRAOSENSO.

terça-feira, 11 de março de 2008

CIDADÃO KANE - G. MACEDO


CULTURA & ARTE

AUTOR GABRIEL MACEDO


Eis uma resenha que escrevi após assistir ao filme e ler sobre ele pela Internet.


citizen kane
webcine


A história do filme Cidadão Kane é introduzida ao espectador com a morte do empresário da imprensa mais respeitado e influente de sua época e em seu país. Charles Foster Kane, interpretado pelo diretor, produtor e roteirista Orson Welles, antes de morrer, pronunciou uma palavra apenas: “Rosebud”. A trama se envolve na tentativa do repórter Jerry Thompson (William Alland) de reconstituir a trajetória do jornalista e na sua busca do significado dessa misteriosa palavra. A morte de Kane comoveu toda uma nação e, para Thompson, decifrar o código contido em “Rosebud” se torna uma obsessão. O repórter acreditava que a vida atribulada e potencialmente polêmica de Charles Foster poderia ganhar um novo significado se ele encontrasse o motivo pelo qual o sensacionalista dissera aquilo antes de morrer em seu extravagante palácio que construiu na Flórida.

Jerry Thompson, imediatamente após descobrir o que dissera Kane no seu leito de morte, procura as pessoas “mais próximas” do homem. Ao longo do filme, Thompson coleta uma multiplicidade de registros e fontes, o que lhe possibilita criar perspectivas diferentes, as quais o espectador, como num quebra-cabeça, vai montando enquanto costura a personalidade do grande redator que fora Kane. O personagem de Orson Welles, a propósito, é claramente inspirado no magnata da comunicação William Randolph Hearst. Há, no filme, inúmeras alusões que remetem a ele. Controvérsias e pressões que procuraram impedir a montagem e exibição do longa-metragem surgiram, naturalmente, pois William Randolph Hearst julgou que a obra denegria sua imagem. Na realidade, muitos pontos entre as biografias de Hearst e Kane coincidiam.

Uma das poucas diferenças retratadas na trajetória do jornalista é a de que Kane nasceu de uma família pobre e humilde. O garoto Kane, no entanto, herda uma fortuna e passa a viver com um banqueiro, Walter Parks Thatcher (George Coulouris) e ser educado por ele. Longe dos pais, Charles procura espantar o fantasma da infância e resolve dedicar-se a um dos negócios menos rentáveis que experimentara: um jornal convencional e pouco influente. A exclusiva e bastante curiosa habilidade de noticiar de Kane exercerá um papel de extrema relevância em sua vida. Ele alcança o sucesso como “homem da mídia”. Cria-se, então, uma reputação fora do comum ao seu redor, o que o leva até mesmo a candidatar-se a governador em um dado momento. Até a meia-idade, Charles Foster Kane coleciona um verdadeiro tesouro de riquezas e notícias.

Extremamente esforçado e dedicado ao trabalho árduo, o empresário acaba afastando as questões pessoais e de seu íntimo. Escândalos e mais de um casamento fracassado acabam por derrubá-lo e, vagarosamente, o homem descansa em ruínas, perdendo suas virtudes e expandindo seus defeitos. Retrospectivamente, chega a ser visto como um homem amargo, arrogante, manipulador, cruel e impiedoso. O sonho americano, no entanto, está tatuado na sua trajetória: espírito de iniciativa, idealismo, dinheiro, fama, poder, mulheres e imortalidade.

O uso de flashbacks para revelar segredos do passado de Kane, a prática de longas seqüências sem cortes, tomadas de baixo para cima, imagens distorcidas e sombras são alguns dos elementos, sem dúvida, inovadores da produção de 1941. A iluminação é pouco convencional, o foco transita do primeiro plano para o plano de fundo, os diálogos mostram-se sobrepostos e os closes são usados com contenção. Cidadão Kane tem sido considerado, por parte da crítica especializada, como um dos maiores filmes da história. Até o momento, a produção figura o primeiro lugar no American Film Institute (AFI). No Oscar de 1942, foi indicado a oito estatuetas e conquistou a de Melhor Roteiro Original.

segunda-feira, 10 de março de 2008

OLIVER SMITHIES X BENTO XVI - G. MACEDO


CIÊNCIA & SAÚDE

AUTOR GABRIEL MACEDO


O biólogo molecular e ganhador do prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia em 2007, Oliver Smithies, afirmou ontem, em São Paulo, antes de uma palestra sobre sua trajetória de 60 anos no ramo da ciência, que "um país que não tomar parte nas pesquisas com células-tronco embrionárias perderá a oportunidade de oferecer sua contribuição à humanidade". Smithies espera do Supremo Tribunal Federal (STF) a adoção de uma nova perspectiva diante do problema ético que é suscitado pelas pesquisas.

O Supremo Tribunal suspendeu, na semana passada, o julgamento sobre a constitucionalidade da utilização de tais células em pesquisas. Em 30 dias, o assunto voltará a ser apreciado pelos onze membros que compõem o Tribunal. A suspensão foi, na realidade, um pedido de vista do ministro Carlos Alberto Direito.

Oliver Smithies defende a idéia de que os estudos envolvendo células-tronco embrionárias, na verdade, trata-se de "preservar a vida do embrião", e não matá-lo. Ele acredita que as restrições ao "avanço tecnológico", inclusive religiosas, tendem a diminuir ou até mesmo desaparecer. Em contraposição, o papa Bento XVI, no dia de ontem, fez uma homilia para 200 jovens em São Lourenço e disse: "O homem é sempre homem com toda a sua dignidade, mesmo se estiver em estado de coma, mesmo se for um embrião".

Eu li a respeito desse paralelo na página 2 d'O Povo e os fantasmas do 3º ano médio voltaram a me assombrar. No entanto, não é só porque não devemos mais escrever uma redação por dia sobre um assunto da atualidade que vamos desligar nossas mentes para o que acontece. Quando vi a reportagem, achei que devia trazer para o blog, porque acho que é de interesse geral e extrema relevância.

Mas então, o que acham? Eu não pude deixar de me divertir com a ironia e a própria luta entre opiniões que foi claramente apresentada no texto de Alexandre Gonçalves. É, de certa forma, engraçado como, no mesmo dia, dois homens podem, sem sequer imaginar (ou não), divergir de tal forma em relação a um assunto tão polêmico. Pobre Oliver, por imaginar que as "restrições religiosas" só tendem a diminuir ou até desaparecer...
Vocês acreditam nisso? Será que haverá um dia em que as portas da Igreja se abrirão por completo para dar as boas-vindas à Ciência e ao avanço tecnológico?

domingo, 9 de março de 2008

JUNO - F. VIEIRA & G. MACEDO


CULTURA & ARTE


O cinema não tem fronteiras nem limites. É um fluxo constante de sonho.
- Orson Welles -


juno 1
a grande arte


AUTORA FERNANDA VIEIRA


No final de semana passado, uma amiga resolveu me convidar para ir ao cinema. Decidi aceitar seu singelo convite, pois estava sem fazer nada e gostaria de me distrair um pouco. Perguntei-lhe se teria alguma sugestão de filme e ela me disse: “Juno!”. Interessei-me logo para saber qual assunto o filme abordava, pois seu título nos remete a vários temas, e justamente o que eu menos esperava, encontrei no longa-metragem da roteirista Diablo Cody. Pesquisei na Internet o trailer e consegui descobrir um pouco da história da personagem de Ellen Page. Trata-se de uma adolescente autêntica que fica grávida acidentalmente de seu melhor amigo e decide entregar seu filho para adoção.

O filme é bem parecido com a personalidade de Juno. Resumidamente, é uma mistura de drama e comédia. O tema “gravidez precoce” é retratado de uma forma memorável, pois a história não é vista com grandes emoções ou preconceitos, o que geralmente é visto na vida real. O que está em jogo e o que faz o filme se destacar é a forma como a situação está sendo discutida, a incrível relação da protagonista com o mundo. Por possuir um bom elenco: Ellen Page (a Kitty Pryde, de X-Men 3), J.K. Simmons (o J.J. Jameson, de Homem-Aranha), Allison Janney (The West Wing), Michael Cera (Superbad), Jennifer Garner (Alias), e por utilizar alguns clássicos na trilha sonora, como, The Kinks e Buddy Holly, o filme realmente é aquele que não enjoamos de assistir.

Sensível, comunicativo e inteligente. Não foi à toa que Juno levou o Oscar de Melhor Roteiro Original. Originalidade é o que não falta. O que me chamou atenção nesse aspecto foi o detalhe do “Tic-tac laranja”, produto consumido cotidianamente pelos jovens e que ganhou uma carga enorme de significado. Fica aqui a dica de filme para quem ainda não assistiu a nova pérola da cinematografia independente norte-americana.


juno 2
a grande arte


AUTOR GABRIEL MACEDO


Quando você assiste uma vez, quer assistir a segunda. Quando assiste a segunda, quer assistir uma terceira. Juno, para quem tem sensibilidade, senso de humor e uma visão de mundo diferenciada da grande massa popular, é quase um vício.

O filme "começa com uma cadeira". O roteiro pode ser visto como um diário de uma garota de 16 anos que se apresenta às grandes telas bebendo litros e mais litros de suco engarrafado para produzir urina o suficiente apenas a fim de constatar, pela terceira vez, que está grávida. "Quem é o pai?" é a primeira pergunta feita pelo personagem de J.K. Simmons (da trilogia Homem-Aranha), o pai de Juno. A jovem menina, com o apoio da melhor amiga, revela ao sr. MacGuff e à madrasta (a magnífica atriz Allison Janney) que o pai do seu bebê é Paulie Bleeker (Michael Cera), o jovem corredor de "belas pernas" e melhor amigo de Juno.

Juno, no entanto, já tem a solução perfeita. Quase como de supetão, ela afirma que vai entregar seu filho à adoção. Ela e a amiga encontram o casal mais bonito do caderno (Jennifer Garner e Jason Bateman), conhecido, aqui, dos classificados. A gravidez da adolescente vai transformar a vida de todos ao seu redor das mais diversas formas.

A película acompanha a gestação de Juno pelas estações do ano. Do outono até o verão, a trilha sonora (composta, em maioria, pela bela voz de Kimya Dawson e pelo Antsy Pants) nos leva a conhecer não somente o quarto dessa menina, mas seu "planeta" inteiro, sua maneira de se vestir, seu gosto musical e cinematográfico, seu jeito de falar, seus colegas, verdadeiros amigos, família e seu amor.

Juno foi indicado os Oscars de Melhor Atriz, para Ellen Page (X-Men 3 e MeninaMá.com), Melhor Diretor, para Jason Reitman (Obrigado por Fumar), Melhor Roteiro Original, para Diablo Cody e Melhor Filme. Diablo Cody, a roteirista novata, levantou-se de sua cadeira do Teatro Kodak para receber a única estatueta que a produção conquistou, pelo seu roteiro original altamente original.

Ellen Page provou que é capaz de cativar uma enorme variedade de público. Jovens adolescentes, adultos jovens, pais, mães e até mesmo um certo senhor de 80 anos (e sim, me refiro ao Oscar, que completou oito décadas este ano). Ela foi considerada a ovelha-negra da cerimônia e, ao lado de grandes atrizes dramáticas, não acrescentou mais prêmios para o filme, mas certamente abriu sorrisos de muitos admiradores da "menina má".

Quer ver um trailer do filme? Clica
aqui.

sábado, 8 de março de 2008

LULA NO RIO - G. MACEDO


POLÍTICA & ECONOMIA

AUTOR GABRIEL MACEDO


O presidente da República, Luiz Inácio "Lula" da Silva, esteve ontem no Rio de Janeiro para o lançamento de uma série de obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). O programa visa beneficiar as comunidades do complexo do Alemão, na zona norte, e a Rocinha, na zona sul. Uma das principais obras que será inaugurada é a construção de um teleférico no complexo do Alemão. O presidente Lula e o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, na ocasião da visita ao dito cujo complexo, firmaram uma promessa de voltar à favela dali a dois anos para experimentar o funcionamento do teleférico e de outras obras.

Além disso, o Presidente fez uma crítica à violência policial nas favelas como um todo. Ele revelou que está "cansado de ver o Rio de Janeiro aparecer na primeira página dos jornais e da TV todo dia, como se [o Rio] simbolizasse violência, bala perdida, bandido e criminalidade". Lula também afirmou que 99% do povo carioca é honesto, decente, trabalhador e que vive em busca de uma vida digna.

Durante a cerimônia, nenhuma ocorrência foi registrada pela polícia. Uma estrada que, segundo a Polícia Militar, possui 1 km de extensão e que dá acesso ao complexo do Alemão, ficou totalmente interditada para a passagem de veículos. Homens da Força Nacional de Segurança, PM e do Exército fizeram a segurança do local.

Alguns moradores do lugar foram entrevistados pelos veículos de comunicação e mostraram-se bastante otimistas e empolgados com o projeto lançado pelo presidente Lula.


lula no rio 1
uol


Hoje, o Presidente eximiu os policiais de culpa pela violência no país. Durante a cerimônia de assinatura do cartão do Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania), no Palácio Guanabra, Rio de Janeiro, Lula afirmou que a maior responsabilidade pela situação atual do país cabe aos governantes, que se ausentaram de parte da sociedade nos últimos 30 anos.

Na sua visão, desde a década de 80, a economia vinha caindo sem parar, o que foi decisivo para que a violência tenha se acentuado e para a má formação dos policiais. Lula negou que as medidas do PAC sejam eleitoreiras. Para ele, as pessoas "estão tão desacostumadas, que acham absurdo o governo acertar". Ele finalizou o discurso com a seguinte fala: "Não sou candidato a prefeito; a eleição para presidente é só em 2010, e não sou candidato."


lula no rio 2
uol


Então? Quando eu li as matérias a respeito da visita do presidente Lula ao Rio, no site da Folha, duas perguntas fixaram-se na minha mente:

1. É alguma novidade dizer que "a maior responsabilidade pela situação atual do país cabe aos governantes"?

2. O que o Presidente quis dizer com "as pessoas estão tão desacostumadas, que acham absurdo o governo acertar", quando disse que as medidas do Programa não eram eleitoreiras? Quero dizer, ele está no poder, certo? Ele ainda é o Presidente da República, não é? Será que fazer o que está fazendo não é o seu dever?

ELA - G. MACEDO


ASSUNTOS VARIADOS

AUTOR GABRIEL MACEDO


ela
g. macedo


Em memória a todas as cento e vinte e nove operárias da fábrica Cotton, de Nova Iorque, e em homenagem às mulheres que ainda hoje estão aí no mundo, fabricando produtos e ideais de vida.

sexta-feira, 7 de março de 2008

VIDA EM MARTE? - G. MACEDO


CIÊNCIA & SAÚDE

AUTOR GABRIEL MACEDO


Quem tá sabendo levanta o braço!


holden 1
uol


Cientistas da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, identificaram uma cratera em Marte com aparentes traços do que pode ter sido um "plácido lago habitável".

A cratera, nomeada de Holden, aparece rodeada em seu interior por anéis formados por camadas de sedimentos que traçam as margens do que aparentemente foi um lago, segundo os pesquisadores do departamento de Ciências Planetárias da universidade supracitada.

Acredita-se na possibilidade do lago por conta das rochas da base da cratera, as do tipo breccia. Essas rochas indicam presença de água, pois, segundo li no site da UOL, são "aglomerações de fragmentos menores cimentadas por minerais dissolvidos".

De acordo com o pesquisador e professor Alfred McEwen, o fato de ter sido comprovado que, naquela cratera, existem minerais que se formam na presença de água e marcam ambientes potencialmente habitáveis, muito contribui para um possível grande avanço na compreensão sobre a vida em Marte. Sempre foi uma tremenda polêmica: afinal de contas, há ou não vida no "Planeta Vermelho"?


holden 2
uol


E então? O que vocês acham?

MA VIE EN ROSE - G. MACEDO


CULTURA & ARTE

AUTOR GABRIEL MACEDO


ma vie en rose
huckleberry


Ma vie en rose é um filme europeu (uma produção cooperativa entre a

Bélgica, França, e o Reino Unido) dirigido pelo belga Alain Berliner e lançado em 1997. O título não existe oficialmente em português, mas a sua tradução literal é "Minha vida em cor-de-rosa". Intencionalmente ou não, o título também remete à canção La vie en rose, muito associada à cantora francesa Edith Piaf (1915-1963), contemporânea comparsa e subversa da cantora alemã Marlene Dietrich.

O
uso de cores faz parte integral nesta produção, e as cores foram utilizadas de forma a auxiliar efetivamente a comunicação do autor com a sua audiência. Trata-se da história de um menino, chamado Ludovic, que sabe que deveria ter nascido menina. O filme mostra o que o personagem principal e seus familiares enfrentam em relação a sua identidade de gênero.

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FONTE> Wikipedia
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E então? Quem aqui assistiu ao filme? Façam seus comentários, discutam a respeito, opinem, dissertem, levantem suas vozes!

HOMO - G. MACEDO


AUTOR GABRIEL MACEDO


homo
crazywhiskers


Sintam-se livres, agora, para criar!

PODE ENTRAR, A PORTA ESTÁ ABERTA


AUTOR GABRIEL MACEDO


A mídia mediada, fragmentada, dividida. Nós somos muitos, mas podemos pensar como um. Mas o que vem a ser a mídia? Alguém já teve a curiosidade de procurar num dicionário? Silvera Bueno escreveu que a mídia, um substantivo feminino, é a "propaganda, um conjunto dos meios de comunicação (jornais, revistas, rádio, televisão etc.) para alcançar as massas, com fins de propaganda". Bem, confesso a você que eu, quando criei este blog, não pensei, por um instante, na definição do respeitadíssimo Silvera Bueno. E sem querer desmerecê-lo, devo me posicionar senão contrário, pelo menos duvidoso à sua determinação.

É que eu acho que a mídia é algo muito mais do que a propaganda ou um conjunto dos meios de comunicação. Acho que essa problemática de escrever em poucas palavras é natural dos homens ou mulheres que escrevem dicionários. Além disso, não sei se você concorda comigo, mas também acredito que a mídia é mais do que um substantivo feminino. E se eu fosse escrever um dicionário, um dia, certamente incluiria a palavra proveniente do continente norte-americano, "blog", entre os parênteses que exemplificam o determinante "conjunto de meios de comunicação". Ora, por que não?