quarta-feira, 7 de maio de 2008

FORTALEZA SITIADA - C. MARCELO


ASSUNTOS VARIADOS

AUTORA CAMILA MARCELO


Pequenas manifestações – como interrupções, por 1 hora, da circulação de ônibus – vêm sendo realizadas durante esta semana, mas somente ontem à noite, 06 de maio, concretizou-se a paralisação dos transportes públicos.

Por não terem avisado previamente sobre a greve, milhares de pessoas não tiveram como voltar para casa. Alguns recorreram para vans ou moto-táxis, que aumentaram o preço da corrida devido à procura; outros, por não terem alternativa, voltaram caminhando para os seus lares.

Fortaleza, hoje, permanece um caos urbano. Além de estudantes e servidores públicos e privados não terem condições de irem para suas faculdades ou seus trabalhos, reduziu o número de clientes nas lojas do centro da cidade e o fluxo dos carros foi prejudicado por causa dos milhares de ônibus parados nas ruas, a maioria com os pneus dianteiros esvaziados.

O motivo principal da revolta é o fato dos motoristas, cobradores e fiscais não estarem satisfeitos com o reajuste de 5% negociado entre o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Viários e os empresários. Eles dizem que não foram consultados pelos representantes da categoria. Metade dos nove mil profissionais do setor não tem ligação com o sindicato.

Segundo o Sindicato das Empresas de Ônibus, o sindicato dos profissionais assinou um acordo no dia 30 de abril, no qual ficou acertado um aumento de 5% no valor do salário e um reajuste no vale-alimentação. Ao todo, o aumento chegaria a 7%.

A greve não tem previsão para terminar, mas motoristas reservas, que não aderiram ao protesto, foram solicitados e alguns ajustes estão sendo feitos nos ônibus, como a troca dos pneus que estavam furados, para disponibilizar a circulação destes.

7 comentários:

quinderégomes disse...

eu acho que essa paralisação, é uma tremenda estupidez. tudo bem que nesse país as coisas só funcionam na "marra", mas se for analisar, eles também estão saindo prejudicados.
a greve influi não só no transporte, no comércio também como a Camila mesmo falou.
e essa greve prejudica um sem fim de pessoas que dependem de transporte público para ir e vir. eu, por exemplo, só vou poder retornar à Unifor no dia que a greve acabar. uma pena, mas é a verdade.

Anônimo disse...

Nossa, tá uma loucura mesmo, e até quem tem como se locomover de carro está sento prejudicado por conta dos cogestionamentos que os ônibus parados nas ruas causam.

;***

Anônimo disse...

Rapaz, sei não viu... assim que a greve começou pensei: Bom, se eu fosse uma grevista preferiria que parasse logo tudo de uma vez, pra ver se as autoridades faziam alguma coisa (essa coisa seria o aumento do meu preciso salário!!). 5% pra quem, de acordo com o que a Alana falou na sala hoje, está com o salário congelado há oito anos... é muito pouco! Pra nós, passageiros, a greve não é legal. Mas se fosse no lugar deles eu ia era fazer greve mesmo! 5% parece piada.

Unknown disse...

Eu ando de onibus,so pra voltar pra casa,mas ando.Concordo que isso tenha prejudicado varias pessoas,mas assim como a Marilia disse,no lugar deles eu faria o mesmo.E só assim a gente percebe o valor que esses trabalhadores tem e que quase sempre as pessoas não reconhecem.nem se quer dizem um obrigado.

Anônimo disse...

Mudei de opinião.

Lendo as reportagens do jornal O Povo, para o "exercício para nota" que a Bete passará amanhã (ao menos ela pretende passar e nos avisou antes), vi que eu faria greve, se fosse uma motorista de ônibus. Mas uma greve organizada. Avisando a população e sem paralisação total. Achei muito legal eles terem parado tudo, praticamente, porque isso realmente chamou a atenção das autoridades. Mas muita gente se prejudicou: gente que tinha que tomar remédio, gente que vinha de hospital ou ia para um, gente que perdeu entrevista de emprego, gente que não tinha dinheiro para voltar pra casa e não sabia como o faria! Poderia ser eu no lugar deles. Dei sorte que o õnibus que "pego" para ir à faculdade não passa no terminal. Mas e os que de maneira alguma puderam voltar para casa? E os que dormiram no terminal?! É, é complicado. É uma questão delicada. E tudo por pura ganância e egoísmo, porque não deram um aumento digno aos motoristas e cobradores. E reparem no contraste: enquanto o salário dos motoristas aumentou 5%, de 973 reais para menos de 1100, os advogados, há alguns anos, tiveram seus salários aumentados em alguns mil reais. Exemplo: de 11 mil para 13 mil (não sei as quantias exatas)! Gosto muito do meu país, mas essa é a perversa realidade da desigualdade capitalista.

=/

E agora, José?

Anônimo disse...

Esse problema da greve tem se mostrado mais complexo do que parece. É um tal de interesse de políticos, de dono de empresa, de desavenças dentro do sindicato. Enfim, pode parecer fácil chamar os motoristas de rebeldes e monstros, mas não cabe a gente fazer isso.
Lógico que nos revoltamos, principalmente porque dependemos do transporte público. Assim como é com greve de médicos, como foi mencionado na sala, a tendência é da população é de se voltar contra porque interfere diretamente na rotina e na vida das pessoas. Mas deve-se considerar todos os lados, avaliar todos os interesses, quem está por trás de tudo isso e quais as intenções reais.

Camiℓa Marceℓo disse...

Lógico que eles têm de questionar e reividicar, mas paralisar totalmente chega a ser egoísmo, e ainda mais quando não se é avisado.
Eles deveriam ou diminuir a circulação dos ônibus - de, por exemplo, o funcionamento de 3 edson queiroz para 1. Assim, complicaria da mesma forma, causaria revolta, mas pelo menos há um meio de voltar para casa.Ou então, fazer como eles estavam fazendo antes, que é melhor, paralisar por uma hora ou duas, porém eles não podem parar, afinal, muita gente depende deles e não podem sofrer sem ter culpa no cartório.