quarta-feira, 7 de maio de 2008

UMA DOENÇA CRÔNICA - F. VIEIRA


CIÊNCIA & SAÚDE

AUTORA FERNANDA VIEIRA


A obesidade é um dos principais problemas de saúde da atualidade e atinge pessoas de todas as classes sociais, constituindo um estado de má nutrição em decorrência de um distúrbio no balanceamento de nutrientes induzido, entre outros fatores, pelo excesso alimentar. No Ceará, a estimativa é de que existam cerca de 40 mil pessoas com obesidade mórbida, dados fornecidos pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). Em todo o País, a estimativa é bastante alta; existem mais de um milhão de obesos mórbidos. É elevado, também no Brasil, o número de pessoas com sobrepeso - cerca de 40% da população (mais de 65 milhões de pessoas) e, por incrível que pareça, essa tendência tende a crescer nos segmentos de menor poder econômico.

Sedentarismo, má alimentação e stress são os principais vilões no combate ao excesso de peso. Hoje fica muito mais difícil conseguir uma reeducação alimentar e eliminar os quilos a mais porque o sistema de globalização padronizou um estilo de vida em que é preponderante a inatividade corporal, visto que muitas pessoas passam a maior parte do dia em frente à televisão ou ao computador e são fiéis consumidores de alimentos industrializados, cada vez mais gordurosos e açucarados.

Artérias entupidas e diabetes são apenas algumas das possíveis conseqüências do excesso de peso. Mas, independentemente das conseqüências, existe hoje uma unanimidade entre os médicos para se considerar a própria obesidade como uma doença. E o que é pior: uma doença crônica e incurável. Como a gordura precisa ser estocada no organismo, todo obeso tem um aumento do número de células adiposas (obesidade hiperplástica), ou um aumento do peso das células adiposas (obesidade hipertrófica) ou uma combinação das duas coisas. Esse é um dos fatores que faz com que, uma vez adquirida, a obesidade se torne crônica. O indivíduo pode até perder peso, mas vai ter que se cuidar pelo resto da vida para não engordar novamente. É por isso também que, a longo prazo, os regimes bastante rigorosos não resolvem. Com eles, a pessoa emagrece bem rápido, mas não consegue suportar, por muito tempo, as restrições atribuídas pelo regime e volta a engordar. É o chamado "efeito sanfona", o torturante vai-e-vem do ponteiro da balança.

Para evitar problemas de saúde e elevar a auto-estima com a perda de peso, nutricionistas e médicos recomendam, primeiramente, a introdução da atividade física para se conseguir a amenização da doença. A pessoa sedentária deve começar reeducando-se em suas atividades cotidianas, como subir escadas em vez de utilizar o elevador, e depois escolher uma atividade física que lhe proporcione prazer, que esteja fazendo aquilo que goste e não tenha a sensação de obrigação. Correr, nadar, dançar, jogar futebol, fazer musculação, andar de bicicleta, não importa a atividade física, o importante é o objetivo que deve ser alcançado. O segundo passo é mudar a alimentação, pois, como cada pessoa possui um metabolismo diferente, o ideal seria começar uma reeducação alimentar com um profissional experiente que possa ver que necessidades alimentares cada um tem e, a partir daí, elaborar um programa de alimentação balanceada, de preferência com muitas frutas, verduras e legumes. As dietas restritivas devem ser evitadas. Até porque, exatamente pelo fato de serem desbalanceadas, o organismo se defende espontaneamente delas, fazendo com que, após um período de restrição, a pessoa coma muito mais.

O que o indivíduo precisa, isto sim, é buscar uma mudança no estilo de vida, pois os fatores comportamentais desempenham, de longe, o papel mais importante no emagrecimento.

4 comentários:

Anônimo disse...

clap, clap, clap. palmas para a fernanda pela excelente matéria. nota 11!

quinderégomes disse...

"Mas, independentemente das conseqüências, existe hoje uma unanimidade entre os médicos para se considerar a própria obesidade como uma doença. E o que é pior: uma doença crônica e incurável. Como a gordura precisa ser estocada no organismo, todo obeso tem um aumento do número de células adiposas (obesidade hiperplástica), ou um aumento do peso das células adiposas (obesidade hipertrófica) ou uma combinação das duas coisas. Esse é um dos fatores que faz com que, uma vez adquirida, a obesidade se torne crônica. O indivíduo pode até perder peso, mas vai ter que se cuidar pelo resto da vida para não engordar novamente."

muito bem escrita, parabéns.
só fiquei com dúvida nessa parte, pode esclarecer?
Mas foi um assunto interessante a ser tratado, e a Fernanda elaborou o texto de forma excepcional. Parabéns, mais uma vez.

p.s: só entristece saber que eu estou entre os 40%. ;~

Anônimo disse...

Primeiramente mt obrigada pelo elogio Quinderé e Gabriel!. Sempre gosto de dar uma aprofundada no tema e deixar o mais claro possível. Para esclarecer mais ainda vou iniciar com uma explicação de o que é uma doença crônica. Doenças crônicas são aquelas que colocam o indivíduo em risco de morte num tempo curto e também alguns sintomas dessas doenças que colocam o bem-estar fisico-psicológico em declínio. A pessoa obesa e sedentária possui essa tendência pelo fato de não gastarem igualmente as calorias que adquirem ao ingerir os alimentos ou mais ainda para perderem peso, assim o acúmulo de gordura naturalmente se deposita de uma forma muito rápida nas nossas células e, em conseqüência disso, essas gordurinhas que cada dia aumentam mais pode se tornar algo muito sério se não for tratado! Ficou mais claro agora?

Bem gente, o que eu gostaria de abordar nesse texto é a necessidade que temos de cuidar da nossa SAÚDE! Ter um corpo saudável e como se diz por aí "em forma" é somente uma conseqüência na nossa saudável atitude! É uma forma de demonstrar que amamos nos mesmos e respeitamos o nosso corpo.

espero ter gerado uma reflexão sobre o assunto.

Até mais

!!!

Anônimo disse...

Adorei essa matéria, além de tratar de um assunto do interesse de todos, está muito bem escrita.
É isso aí, devemos cuidar do nosso corpo devido a nossa saúde, principalmente, por meio da intersação da alimentação baçanceada e do exercício físico A estética vem depois.