segunda-feira, 9 de junho de 2008

EXPECTATIVAS DE UM PRÉ-JORNALISTA - M. PEDROZA


ASSUNTOS VARIADOS

AUTORA MARÍLIA PEDROZA


ENTREVISTA COM GABRIEL MACEDO
POR MARÍLIA PEDROZA


MARÍLIA PEDROZA Há quanto tempo você estuda na UNIFOR?

GABRIEL MACEDO A minha primeira aula da UNIFOR foi ao dia 7 de fevereiro, portanto, estou cursando Jornalismo na Universidade há exatos três meses. Isso significa que estou em etapa de conclusão do primeiro semestre do ano.


MP E por que você escolheu o Jornalismo? Você sempre quis esse curso?

GM Eu nunca tive, em mãos, muitas alternativas. Desde muito cedo, ainda no Ensino Fundamental II, decidi-me pelo curso de Comunicação Social. O Jornalismo foi a minha meta por bastante tempo e sem interrupção. Naquela época, aos 14 anos, eu me sentia atraído por alguns dos ramos que a "raiz jornalística" apresenta. Eu queria escrever, produzir notícias e artigos, queria viajar e fazer grandes furos pelo mundo afora, queria criar arte, fotografando o universo ao meu redor, queria ajudar a comunidade que desde o começo dos tempos existe - a comunidade leitora. Dentre outras coisas, basicamente tudo o que um jornalista fazia despertava o meu interesse profissional. Hoje não é muito diferente. No entanto, eu posso enxergar agora um Jornalismo mais humano e menos idealizado, menos romântico até. Na Universidade, eu posso ver que não deixa de ser aquilo que tinha sonhado, mas a realidade é muito mais complexa e atraente do que imaginava.


MP Você está gostando das aulas?

GM Diariamente, eu me dirijo à sala de aula com uma nova expectativa. É muito gostosa a sensação do novo. E eu falo sobre "o novo" porque nenhuma aula que tive até agora se repetiu ou, de certa forma, foi mais importante do que a outra - constantemente, nós, os alunos, recebemos uma pilha de informações e levamos para casa um mote de reflexões a fazer enquanto estamos ociosos. Sim, eu gosto de cada aula, cada uma a sua maneira e ao seu nível.


MP Então, já que o Jornalismo é tão significativo em sua vida, o que, para você, é o exercício do Jornalismo e o que isso tem a ver com a cidadania e o conceito de cidadão?

GM O exercício jornalístico significa, para mim, um compromisso e, acima de qualquer outra coisa, o reconhecimento de que nenhum profissional, de área alguma, é o dono da verdade. A verdade, inclusive - eu tenho aprendido em sala de aula -, não existe sem relatividade. Acredito que, em Jornalismo especialmente, não existe Verdade, não há absoluto.


MP O que há, então?

GM Existem verdades, e cabe a cada um daqueles que serão os profissionais da Comunicação, absorver a realidade de uma determinada parcela da população, digerir outra de mais uma parcela e deglutir a realidade própria. Eu creio que o jornalista contemporâneo deve, antes, tornar-se cidadão do mundo. Quando ele assim agir, haverá um Jornalismo plenamente ético e sem absolutas verdades, mas pontos de vista. Pontos de vista que, juntos e em sociedade, constroem uma cultura diferente daquelas que vivemos nos tempos atuais. Eu anseio pela cultura do esclarecimento, extinta já há algum tempo.


MP E com toda essa visão de futuro jornalista formada, você já se imagina em alguma função específica ou já tem alguma preferência?

GM Eu não tenho uma preferência. Sinceramente, pretendo viajar pelo campo profissional como um todo. Ainda hoje quero escrever, pois acredito no verdadeiro poder que as palavras podem exercer nas mentes leitoras. Quero também conhecer diferentes "jornalismos", diferentes esferas, trabalhando em ações sociais e voluntárias. Quero, por lazer, fotografar as paisagens que eu julgar belas. Quero também estar diante de uma câmera de TV ou de um microfone do rádio. A cada diferente experiência, quero transitar atentamente pela profissão que escolhi para ocupar o meu tempo e me realizar profissionalmente. Eu ainda tenho muito o que conhecer - não sei se, daqui a alguns semestres mais, minha opinião será a mesma, mas estou certo de que é o Jornalismo. O Jornalismo que nasceu e ganhou maturidade na minha cabeça desde os tempos do colégio, o Jornalismo meu.


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NOTA DO EDITOR: A entrevista que você leu foi feita pela aluna Marília, com o seu colega, Gabriel, visando à publicação no jornal experimental que a professora Aíla Sampaio, de Língua Portuguesa I, pediu para que seus alunos fizessem. Ela foi adaptada e também publicada no jornal que a entrevistadora construiu para a disciplina de Introdução à Computação Gráfica.

Um comentário:

Anônimo disse...

Iurrú! A entrevista no blog, finalmente! Fiquei feliz de vê-la aqui. Você me ajudou bastante Gabriel e ainda enriqueceu enormemente meu trabalho com suas palavras tão bem escolhidas e estrutradas.

Parabéns. Você é um menininho "de futuro"!